quinta-feira, 9 de julho de 2009

Emigrante português ilibado no Reino Unido

Amilton Nicolas Bento, de 30 anos, conhecido por "Nico", emigrante português no Reino Unido, foi hoje ilibado pela justiça inglesa da acusação de morte da sua namorada, a polaca Kamila Garsztka, após ter passado dois anos e meio na prisão.

Nico foi considerado culpado num primeiro julgamento em 2007, mas um recurso apresentado junto do Supremo Tribunal de Justiça declarou inválida a sentença de prisão perpétua e decretou a realização de um segundo julgamento, do qual agora o Ministério Público anunciou desistir.

Erros judiciais acontecem em todos os cantos do mundo. Estranho é que a imprensa inglesa, tão célere a anunciar este caso, não venha agora noticiar esta emenda.

Para quem tanto criticou as autoridades portuguesas no caso Maddie e para quem tem no curriculum casos como o do cidadão brasileiro assassinado por engano no metro de Londres, não deixa de ser estranho.

Ninguém poderá pagar o que este nosso compatriota já sofreu inocentemente. Resta-nos, talvez, mandar umas mensagens à embaixada e imprensa britânicas a mostrar o nosso repúdio por tamanha discriminação.

Para quem quiser conhecer o blogue de Nico: http://amiltonbento.blogspot.com/

domingo, 28 de junho de 2009

Rui Costa perde créditos ganhos enquanto futebolista

Lamentáveis os incidentes do jogo de ontem entre Sporting e Benfica, na Academia de Alcochete, que decidiria o título de campeão nacional de juniores.
Sobre isso, muito se falou e certamente se irá falar. O que desejo registar é que o antigo talentoso jogador de futebol Rui Costa perdeu mais uma oportunidade para estar calado ou ser sensato quando, a propósito dos mesmos incidentes, resolveu entregar as culpas exclusivamente para o lado do Sporting.
Disse o ex-craque e falhado dirigente desportivo do Benfica (vidé as múltiplas e infrutíferas contratações avalizadas pelo mesmo) que o Sporting não garantiu as condições de segurança necessárias para a realização do jogo.
Vamos a factos sem ilibar comportamentos irracionais de alguns energúmenos de ambas as equipas, os quais deverão ser exemplarmente punidos: o jogo foi marcado e autorizado pela FPF para Alcochete, a GNR garantiu ter meios suficientes para policiamento e, acima de tudo, o Sporting informou publicamente que a lotação estava esgotada e pediu para que os adeptos sem bilhete não se dirigissem para o local de jogo.
Certo que o Benfica alertou para as condições de realização da partida. Mas, perante isto, e para Rui Costa, branquear o comportamento de adeptos que entraram cerca de 20 minutos depois a destruir carros e arremessar objectos, é grave! Ficamos a saber por esta eminência parda que qualquer falha organizativa dá um direito legítimo à violência.
Ver no Público

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sarkozy e a burkha

O presidente francês, Sarkozy, defendeu hoje que o uso da burkha por muçulmanas em território francês não era bem-vindo. No fundo, parece estar à vista um reedição do caso do uso do véu islâmico nas escolas gaulesas que tanta tinta fez correr há alguns anos.
Confesso que não sou um admirador de Sarkozy, nem quanto ao estilo nem quanto aos seus ideais políticos. Mas, em casos como este, há que ter coragem de dizer não e não ser politicamente correcto: aos poucos, a comunidade islâmica tem tentado impor a sua cultura mais radical invocando o direito à liberdade religiosa e abusando da tradicional tolerância europeia.
Há pois que dizer não e basta! No caso da burkha estamos perante um atentado à dignidade da mulher. Pouco me importa que alguém venha dizer que é um direito delas e que a usam de livre vontade - o que é falso - quando, de facto, não passa de uma imposição medieval, sendo castigado, se for preciso, o seu incumprimento, com enormes vergastadas pelos maridos e outros guardiões de fé islâmica.
E quanto a tolerância, estamos falados: basta o caro leitor experimentar uma pinga de álcool num desses países mais radicais para conhecer de facto o respeito que eles têm pela nossa cultura ou hábitos.
Não pode haver tolerância para quem não a tem!
Ver no Público

quinta-feira, 18 de junho de 2009

José Eduardo Moniz - Uma não-notícia

O Sport Lisboa e Benfica encontra-se em fase de anúncio de candidaturas à sua presidência. Até aqui, tudo normal. Como normal, hoje em dia, é aparecerem candidatos que se aproveitam da grandeza de instituições para buscarem alguns momentos de fama.
O que não parece tão normal é uma estação de televisão lançar como notícia que o seu número um é um potencial candidato a presidente do Benfica para, no dia seguinte, anunciar que o mesmo, afinal, já não o é. Ou seja, aproveitando-se do mediatismo que uma estação de televisão tem, José Eduardo Moniz usou e abusou do seu poder com publicidade gratuita e apenas em benefício próprio.
Desta forma, uma não-notícia (Moniz não é candidato) transformou-se em notícia fabricada, num péssimo exemplo de jornalismo da TVI, repetido, ad nausea, em mensagens de rodapé dos diversos blocos noticiosos da estação.
Já não nos bastava a esposa, Manuela Moura Guedes, com o seu péssimo exemplo de jornalismo, a comentar, com o seu ar plastificado, as declarações dos convidados do seu bloco noticioso para prestar mais um deplorável serviço.
Ver no Público

sábado, 13 de junho de 2009

Novo acordo para a Base das Lajes

O governo português anunciou um acordo de princípio com o governo norte-americano para utilização da Base das Lajes por caças de nova geração F-22 e F-35. Não tardarão a surgir as mais variadas vozes discordantes: a esquerda mais radical a insurgir-se contra mais uma cedência ao imperialismo norte-americano e a esquerda mais moderada a clamar pela soberania nacional.
Vamos ao que importa: Portugal tem que se assumir claramente como um aliado estratégico dos Estados Unidos, em sintonia com os outros países da União Europeia. Se estamos juntos na NATO, não faz sentido não cooperar. Obviamente que com princípios e contrapartidas.
Contrariamente ao que muitos pensam ou querem fazer pensar, não está em causa a soberania nacional: a Base continua e sempre foi portuguesa (os americanos mantêm aí um destacamento) e o espaço aéreo pretendido para área de treino destes caças apenas é cedido para utilização.
No mais, é preciso referir que, desde os finais da Guerra Fria, os americanos têm reduzido os seus efectivos nas Lajes. Consequentemente, o número de trabalhadores portugueses tem também sofrido reduções e a economia local sofrido desta diminuição de efectivos.
Será talvez agora uma nova oportunidade para o governo português negociar bem novas contrapartidas, na sua maioria em benefício da Região Autónoma.
Por fim, só resta perguntar aos tais críticos se países nossos parceiros como a Espanha, Alemanha ou Reino Unido alguma vez questionaram a sua soberania por terem instalações militares americanas no seu solo. Dá até vontade de perguntar se preferiam estar na Venezuela e ter Chávez a negociar a instalação de bases russas no seu território.
Ver no Público

O dinheiro de Florentino

Muito se tem falado da transferência do craque Cristiano Ronaldo para o Real Madrid. E com isto, das verbas envolvidas, ao que consta cerca de 94 milhões de euros.
É intrigante como um clube como o Real Madrid, com mais de 500 milhões de euros de dívidas, gaste de uma penada mais de 1/4 dessa dívida em contratações de última hora, de forma a constituir uma nova equipa de galácticos.
Como é sabido, não é a primeira aventura de Florentino Pérez por estes terrenos. Saiu-se bem da primeira vez mas, no segundo ano, com uma equipa de galácticos onde pontuava também o nosso Figo, acabou num 4º lugar da Liga Espanhola, treinado por esse incompetente-mor do futebol de nome Carlos Queiróz. Sim, esse mesmo dos objectivos conseguidos frente a Albânia e Estónia.
Florentino apressou-se a vir a terreiro dizer que o dinheiro das contratações não era dele mas sim do Real e que se tratava de um investimento de retorno garantido.
Quanto a retorno, as receitas do Real (que não chegam para as despesas) são sensivelmente de 1/3 para as receitas de bilheteira, 1/3 para receitas televisivas e 1/3 para merchandising. Bom de ver que quanto a receitas de bilheteira pouco mais será de esperar atendendo a que o clube já regista audiências significativas e, com a crise, falta dinheiro aos adeptos para pagar ingressos mais caros. Receitas TV, o mesmo face à crise publicitária. Resta o merchandising mas parece difícil atingir, só por aí, o tal retorno.
O que acontece é que o Real Madrid é o maior clube espanhol, com muitos apoiantes e Florentino um mega-empresário da construção e imobiliário. A par disso, muitas figuras e instituições espanholas estão conotadas com o Real. Por isso, poucos se atrevem a dizer não a Florentino e ao Real. É peso a mais a nível social, político e económico. Caso contrário, ninguém emprestaria.
Sabe o Santander, ao que parece o grande financiador destas operações, que pelo lado do Real dificilmente verá a cor do dinheiro, mas pior do que isso seria perder negócios, muitos negócios, com Florentino e outros empresários e instituições. O buraco de mais de 500 milhões de euros do Real é para continuar e isso não importa, ninguém irá cobrar por esse lado. O único outro clube de Espanha que poderá gozar de estatuto semelhante é o Barcelona, mas em escala mais pequena.
A par disto, uma conjectura favorável: enquanto em Inglaterra se prepara legislação para que os jogadores passem a pagar 50% de impostos, Espanha mantém 25%, mais uma situação favorável e desleal no quadro da União Europeia.
Ver no Público.

A novela Banco Privado Português

Continua a novela Banco Privado Português. Desta vez com um plano de salvação do ex-administrador João Rendeiro que não colhe a aprovação de ninguém.
Confesso que já cansa: por um lado, depositantes que fazem de conta que investimentos de "retorno absoluto" são a mesmissima coisa que depósitos a prazo ou certificados de aforro; ou seja, era só meter ao bolso. Por outro, accionistas da Privado Holding que fazem de conta que ser accionista é só para receber dividendos.
Todos eles a querem que seja o Estado, nós contribuintes, a suportar os seus azares ou ganância desmedida e sem responsabilidades. Bem, o Governo a dizer que não.
Mal estaria um Governo que suportasse tamanha irresponsabilidade de gestão. Seria dar um mau exemplo e azo a que outros bancos seguissem o mesmo caminho irresponsável de prometer mundos e fundos, litaralmente, sabendo-se que no final, caso corresse mal, a conta seria apresentada ao contribuinte.
Assim, também sei gerir um Banco. E prometo que me contentaria com 10% dos prémios de gestão recebidos pelo Sr. Rendeiro.
Quanto aos depositantes e accionistas, não tenho pena deles; basta recordar que o Banco não aceitava clientes com carteiras pouco recheadas. Se algum estiver mal tem bom remédio: toca de ocupar a casa da Quinta Patiño do Sr. Rendeiro.
Ver notícia no Público

sábado, 23 de maio de 2009

Benfica mente à CMVM?

Já se tornou um hábito, embora tal nunca tivesse acontecido tão cedo, o Benfica e a comunicação social anunciarem a formação de um novo "dream team" para a próxima época. Sobre isto, nada espanta e, no final de cada temporada, o pré-anunciado campeão mergulha num já habitual terceiro ou mesmo quarto lugar.
A novidade parece agora ser alguns negócios mal explicados, tudo isto a propósito da contratação de hoje - Ramires, inquestionavelmente um craque vindo do Cruzeiro de Belo Horizonte e recentemente chamado à selecção brasileira por Dunga.
Ora vejamos: de acordo com declarações do presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella, no site O Globo as negociações já duravam há alguns dias, facto que contradiz o comunicado de ontem da SAD benfiquista e que levou o clube da Luz a emendar a mão com outro comunicado, hoje, e a ficar muito mal na fotografia, já que se trata de informação prestada à CMVM e ao mercado bolsista que, supostamente, deve ser clara e rigorosa.


Ver notícia no Público

sábado, 25 de abril de 2009

Telma Monteiro: uma campeã renascida

Telma Monteiro sagrou-se ontem, na Geórgia, campeã europeia de judo na sua classe, depois de derrotar a britânica Sarah Clark. Com este triunfo, tornou-se no primeiro judoca português a ganhar dois títulos europeus em categorias diferentes.
Depois de um ano de 2008 para esquecer, em particular nos Jogos Olímpicos de Pequim, que muito deixou a recear, Telma regressa assim à ribalta do judo mundial, modalidade que, como poucas, já trouxe várias alegrias a um país de monocultura futebolística.
Além de várias títulos enquanto júnior, Telma Monteiro colecciona ainda várias medalhas de ouro, prata e bronze em Mundiais e Europeus.
Parabéns Telma!

A lata da SAD do FC Porto (continuação)

No post anterior tinha deixado por curiosidade uma pergunta sobre como qualificaria a SAD do FC Porto o caso da agressão de Pepe, na sequência do seu "pedagógico" comunicado de apelo à protecção dos jogadores "virtuosos".
Nem de propósito, os jornais desportivos de hoje dão conta de declarações do seu jogador Tomás Costa sobre o tema. Claro que a escolha deste jogador não é de todo inocente: tem sido pouco utilizado, logo dos menos castigados e expostos e, em abono da verdade, parece ser um jogador correcto. Evidentemente que Bruno Alves não seria o jogador com mais credibilidade para falar sobre o assunto...
Vejamos então algumas pérolas das declarações para aquilatarmos da noção de cultura desportiva que grassa pelas Antas: sobre as agressões a Hulk, o jovem jogador sul-americano classifica de lamentáveis e, com razão, diz que "entre profissionais de futebol deveria haver sempre muito respeito", questionado sobre a "virilidade" do seu colega Bruno Alves, aí já regista um "há faltas que são tácticas" e sobre as bárbaras agressões de Pepe fica-se por um "não o julgo"!
Espantoso, não é?
Para finalizar, se o comunicado da SAD não surtir a bem, aqui deixo na foto um exemplo de protecção e respeito aos "virtuosos"!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A lata da SAD do FC Porto

A SAD do FC Porto acaba de emitir um comunicado a propósito da recente lesão do jogador Hulk que, a crer nas notícias, o impossibilita de terminar a presente época desportiva.
Evidentemente que qualquer lesão é de lamentar e que a entrada dura do jogador adversário do Estrela da Amadora deveria ter sido alvo de sanção disciplinar. Assim mandam as regras do bom senso e do fair play que nos compete defender.
De estranhar, isso sim, é o tom lamechas do comunicado da SAD, a pugnar pela defesa dos jogadores "virtuosos". É incrível mas é verdade! Será que a SAD portista vai aconselhar os seus jogadores Bruno Alves, Pedro Emanuel ou Raúl Meireles, verdadeiros sarrafeiros do futebol português, a terem mais cuidado? Ou será que os jogadores adversários não são "virtuosos" e assim a regra já não se aplica?
Bem que todos os outros clubes não são modelos de virtudes, mas, vindo de quem vem e de quem teve nas suas fileiras autênticos wrestlers como Paulinho Santos ou Jorge Costa, é caso para dizer que é preciso ter lata!
E a propósito: Como classifica a SAD do FC Porto as recentes agressões do seu ex-jogador Pepe, agora no Real Madrid, que correm mundo pela sua violência disparatada? Onde terá ele aprendido...

Ver notícia no Público

domingo, 19 de abril de 2009

Memórias de Viagens II - Porto Santo

Umas pequenas férias em Porto Santo são um remédio garantido para combater o stress quotidiano. A pequena ilha madeirense resume-se a pouco mais que uma extensa e deliciosa praia de areia dourada, com águas a uma temperatura agradável, limpas e com vários matizes de cores, do azul mais forte ao verde esmeralda, a dar-nos já um cheirinho a trópicos. Nas extremidades da praia, dois pequenos ilhéus protectores dão forma a uma baía tranquila com águas mansas. E pouco mais se avista, a não ser, timidamente, as Desertas à nossa direita.
A tranquilidade e a quase ausência de poluição remetem-nos para um oásis já muito difícil de encontrar em terras portuguesas. Esperemos apenas que, a pretexto do desenvolvimento ou do lucro fácil, a pequena ilha não venha a tornar-se num novo Algarve desordenado e descaracterizado.
O poiso foi o Hotel Pestana Porto Santo, recentemente inaugurado e baptizado com cinco estrelas. Sinal mais: a localização, a decoração, os quartos espaçosos, as piscinas e o SPA; Sinal menos: a péssima insonorização nos quartos, a pouca privacidade nos pisos térreos e diversas falhas no serviço nada comportáveis para um dito cinco estrelas. A melhorar portanto. Nota 7/10.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

A culpa da estupidez é dos baixinhos com barba

Gordon Brown, primeiro-ministro britânico, não tem pele clara nem olhos azuis, ao contrário de muitos dos seus concidadãos. Mesmo assim, na sua recente visita a Brasília, ouviu o presidente brasileiro Lula da Silva culpar a “gente branca com olhos azuisda grave crise económica mundial, conforme noticia o PÚBLICO.

Lula afirmou: “Não conheço nenhum banqueiro negro ou índio”. Mas certamente conhecerá muitos banqueiros de pele mais escura pelas Arábias, Indía, China ou Japão, só para citar alguns exemplos. Se não conhece, melhor que fique pelas suas visitas aos favelados brasileiros seus apoiantes, a quem impinge doses maciças de demagogia barata, ou aos seus amigos Chávez e Morales. Para a Europa, o seu discurso barato e de pacotilha não serve e cheira a pólvora seca com muito môfo à mistura de tão velho preconceito anti-colonialista.
Mais se estranha a irresponsável afirmação quanto ela vem da figura máxima do Brasil, país exemplo de mistura de raças, muito por graça da influência lusa e bem ao contrário dos países colonizados por espanhóis, franceses, holandeses ou ingleses. Se vem assim à cimeira dos G20 pedir auxílio para os países emergentes, começa mal.
Tão mal que até um cidadão brasileiro de origem italiana do sul do país, de pele clara e olhos azuis, vai interpor uma acção contra o seu presidente por se sentir difamado por estas declarações xenófobas.
Caso para pensar sobre o senhor Luiz Inácio Lula da Silva: será que a culpa da estupidez é dos baixinhos com barba? Os brasileiros mereciam melhor.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

A falta de vergonha na política!

Já vale tudo! Perdeu-se de vez a vergonha na cara: um condenado por corrupção vai ser nomeado para gerir dinheiros públicos!

Com a devida vénia ao PÚBLICO, aqui fica o principal da notícia sob o título "Empresário condenado por corrupção no caso Bragaparques":

O Bloco de Esquerda de Braga apresentou hoje, em conferência de imprensa, uma petição dirigida às câmaras do distrito que integram a Braval, com o objectivo de destituírem Domingos Névoa – condenado por corrupção activa para acto lícito no âmbito do caso Bragaparques – de presidente daquela empresa intermunicipal de tratamento de lixos. Contudo, uma fonte da Braval disse hoje à Lusa que a assembleia-geral da sociedade - que integra aquelas seis câmaras e capital privado - vai reunir-se, ao final da tarde, para elaborar um comunicado de apoio ao empresário Domingos Névoa e à sua manutenção no cargo. A Braval é uma empresa intermunicipal responsável pelo tratamento de resíduos sólidos dos concelhos de Braga, Póvoa de Lanhoso, Amares, Vila Verde, Terras de Bouro e Vieira do Minho e a presidência pertence ao sócio maioritário, a Agere, empresa municipal de água e saneamento de Braga. A presidência desta empresa é rotativa, cabendo agora a Domingos Névoa, sócio da firma através da participação no capital social da sua empresa Rodrigues e Névoa.

Como é que alguém condenado por corrupção activa pode desempenhar cargos desta natureza? Fosse ele um vulgar funcionário público e estaria impossibilitado.
E o que dizem PS e o seu afiliado Mesquita Machado todo-poderoso presidente da câmara bracarense e amigo de longa data do corruptor?

Não sendo, nem de perto nem de longe, apoiante do Bloco de Esquerda, não me resta outra alternativa em consciência que apoiar e fazer eco desta denúncia. A ver vamos no que vai dar.

sábado, 14 de março de 2009

Concelho Livre de Armas Nucleares

Há uns anos e como em muitos municípios de maioria comunista, quem descesse a Calçada de Carriche, em Lisboa, encontrava à entrada do concelho de Loures, uma placa com, se bem me recordo, os seguintes dizeres:

"Loures - Concelho Livre de Armas Nucleares"

O ridículo do cartaz deixava-nos a pensar se quando o nosso carro passasse a linha limítrofe concelhia ficaríamos livres desde logo de qualquer contaminação de algum rebentamento em Lisboa ou se, contrariamente ao município de Loures (na altura de gestão do PCP), todos os outros concelhos que não tivessem essa placa albergavam instalações radioactivas. Demagogia barata!

Veio-me à memória esta história do cartaz de propaganda comunista a propósito de um artigo do Jornal do Seixal, da autoria de Mónica Almeida, sobre um conjunto programado, por pretensos pacifistas, de manifestações anti-NATO:

"O manifesto começa a 14 de Março, em Berlim (Alemanha), passa por Belgrado (Sérvia) e termina em Estrasburgo (França), de 2 a 5 de Abril, onde se realiza uma Cimeira Anti-NATO durante o seu 60º aniversário, com um Seminário promovido pelo Conselho Mundial da Paz, seguido de uma Manifestação.

Após uma série de ataques militares contra diversos países, a NATO é vista por muitos como um inimigo do povo e da paz mundiais."

Ora acontece que, contrariamente ao escrito, a NATO não é vista desta maneira no mundo ocidental e o que não faltam são países a querer aderir à organização, principalmente aqueles que no passado pertenceram ao Pacto de Varsóvia de influência soviética.
Quanto ao Conselho Mundial da Paz e das suas organizações acopladas em Portugal de forte manipulação do PCP, basta dar uma vista de olhos aos sites das mesmas: anti-americanismo e anti-NATO primários. Não faltam referências à luta pela liberdade, pelos direitos humanos e pela paz...mas só no mundo ocidental, porque da Coreia do Norte ou de Cuba, por exemplo, nada se fala.
Nem de propósito a estes pacifistas manietados, de acordo com a TSF:
"O Presidente da Venezuela, Hugo Chávez, propôs aos militares russos que utilizem um aeródromo na ilha La Orchila como base temporária para os aviões estratégicos da Força Aérea russa.

Em declarações à agência Interfax, o general Anatoli Jikhariov afirmou que «a proposta foi feita pelo Presidente da Venezuela. Se for tomada a respectiva decisão política, isso é possível».

O general que já visitou, no ano passado, a ilha La Orchila, no norte da Venezuela, chefiando uma delegação de oficiais russos, referiu que o aeródromo da base aérea naval local, depois de uma pequena reconstrução, «será capaz de receber os bombardeiros estratégicos russos com carga completa».
Será que vamos também ter manifestações em Lisboa por esta intenção de colocar armas na Venezuela? Ou só vale para alguns?

sexta-feira, 13 de março de 2009

Ilhas a não visitar

Com a Primavera à porta e apesar da crise, começamos a pensar nas nossas merecidas férias e, aos poucos, infelizmente apenas para aqueles que ainda podem, vamos espreitando os folhetos turísticos expostos nas agências de viagens. Para muitos, os mais apelativos são os que nos apresentam ilhas exóticas e paradisíacas, prometendo desde logo calor, águas cálidas, saborosos mergulhos e divertimento ou simples repouso.
Mas, contrariamente a estes santuários de lazer e turismo, outras ilhas existem onde a presença humana é simplesmente proibida pelos piores motivos. Uma delas situa-se na Escócia, a ilha de Gruinard: em 1942, durante a II Guerra Mundial, foi escolhida pelos militares britânicos como local de experiência para a guerra biológica e aí foram disseminadas algumas quantidades de esporos da bactéria antrax.
A experiência levou a que as ovelhas da ilha tivessem sido dizimadas por contaminação, não se contou, porém, com as condições climatéricas que fizeram com que esses esporos tenham também chegado à costa escocesa, e com as dificuldades de descontaminação dada a durabilidade do antrax.
Como resultado, a ilha ficou de quarentena por muitos e muitos anos, sendo apenas permitida a entrada de pessoal especialista devidamente protegido. Em 1986 foi realizado um esforço importante de descontaminação com 280 toneladas de formaldeído diluído em água do mar espalhadas pelos apenas 2 km quadrados da pequena ilha e apenas em 1990, 48 depois da experiência, foram removidos os sinais de perigo de contaminação.
Mas para mais ilhas como esta, nada como verificar também estes "paraísos" nos Estados Unidos e, a última, um legado soviético ao Cazaquistão e Uzbequistão:

Horn Island
Plum Island
Vozrozhdeniya Island


O que assusta mesmo é saber que um qualquer terrorista pode fabricar facilmente uma quantidade letal de antrax ou de muitos outros agentes biológicos ou químicos e espalhar o produto em qualquer esquina perto de nós... até mesmo naquelas ilhas paradisíacas dos catálogos...

quinta-feira, 12 de março de 2009

Notas Pessoais I - Escolher Fruta

Confesso que me irrita quando no supermercado vejo os portugueses a escolher fruta. A mesma é apalpada e dilacerada vezes sem conta por inúmeras mãos, acabando por ficar com um aspecto pouco convidativo.
Com as uvas então, é por demais! O portuga típico atira-se a um bago mais reluzente para provar a qualidade das mesmas, deixando o cacho completamente esfrangalhado. Ao menos, que tivesse a decência de arrancar um pequeno ramículo, como mandam as regras da boa educação, ficando o dito cacho com um aspecto menos rídiculo.
Cá por mim e apesar de não ser de estatura elevada, escolho as peças de fruta das caixas mais elevadas, sempre foram menos tocadas, em teoria...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Rui Silva, um grande campeão!

No passado fim-de-semana, em Turim - Itália, o atleta sportinguista Rui Silva conquistou mais uma medalha de ouro na prova de 1500 metros dos Campeonatos Europeus de Atletismo em pista coberta, repetindo assim os êxitos de 1998 e de 2002, e juntando esta medalha à de prata em 3000 metros em competição anterior, a uma medalha de bronze em Jogos Olímpicos e a um título mundial de atletismo indoor, entre muitos.
O feito é tanto mais extraordinário quanto Rui Silva esteve apoquentado por três anos com lesões preocupantes e assim quase perto de um final de carreira, como muitos previam.

Parabéns Rui Silva - um grande vencedor e exemplo de atleta - pela determinação, dedicação e esforço. Façamos votos para que estejas presente nos Jogos Olímpicos de Londres!

domingo, 8 de março de 2009

As sempre certas previsões dos economistas

De acordo com a comunicação social, Portugal poderá estar já a atravessar o ano de pior desempenho económico desde 1975, como já se advinhava em função do ritmo de actividade económica nos últimos meses do ano passado e em consequência da grave crise mundial.
Recentemente, o Banco Central Europeu estimou a recessão da economia da zona euro para um intevalo situado entre 2,2 e 3,2 por cento quando há apenas uns meses previa um intervalo menos pessimista na ordem dos zero e de um por cento negativo.
Numa leitura breve pelos jornais portugueses, verifica-se a abundância de comentários e previsões dos mais diversos economistas nacionais. Se bem que todos apontem para resultados negativos, o que qualquer um de nós também facilmente advinha, as previsões são muito variadas. Não sendo economista, não sei em que critérios objectivos, cenários e modelos matemáticos que baseiam estas criaturas. O que eu sei, é que geralmente acertam. Eufemisticamente, os economistas nunca se enganam: revêem em alta ou em baixa as suas previsões. Pena que tal estratégia não resulte para o Euromilhões.
Pelo sim pelo não, assim como se pergunta sobre as previsões dos jogos de futebol, aqui vão algumas estimativas publicadas no PÚBLICO por alguns dos nossos respeitáveis economistas:

"Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, a última previsão de crescimento publicada pelo seu departamento para 2009 era de um recuo de 1,2 por cento, mas a economista reconhece que já estão a trabalhar com um valor ligeiramente pior que dois por cento".

"Eduardo Catroga diz que uma contracção do nível da actividade económica maior do que o esperado não é de surpreender, seja a nível europeu seja português. "Em Portugal, será certamente uma contracção mais profunda do que a de 1983, e portanto, acima dos dois por cento".

"Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social, salienta que, "a confirmar-se esta contracção na zona euro, seremos muito atingidos".

"João César das Neves diz que "uma contracção próximo dos três por cento é possível, sem dúvida", mas salienta, com prudência, que "ainda ninguém pode dizer com certeza porque "a situação é muito nebulosa".

"João Ferreira do Amaral, o mais optimista, o economista do ISEG acredita num "decréscimo de um por cento ou pouco mais" e sustenta esta previsão na possibilidade de haver "um aumento do consumo (sobretudo de grupos como os reformados e empregados), que compense a queda do comércio externo".

"Outro professor do ISEG, Miguel St. Aubyn, diz que "se estas previsões se verificarem para a zona do euro, não vejo grande razão para Portugal, pequena economia aberta e exportadora para essa zona, vir a ter um desempenho melhor".

"Na mesma linha, António Nogueira Leite, secretário de Estado do Tesouro no Governo de António Guterres, "diz que, neste momento, é razoável assumir que a economia portuguesa tenha uma performance no intervalo da zona euro".

"Miguel Beleza, ex-governador do Banco de Portugal, também considera "provável que Portugal acompanhe a zona euro e fique próximo da média europeia".

"Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, diz que, "se ficarmos em linha com o desempenho da economia europeia, já não é mau".

"Bagão Félix, apesar de surpreendido pela previsões "tão negativas" do BCE, diz que "Portugal vai claramente ficar na metade mais negativa do intervalo, ou seja, entre -2,7 e -3,2 por cento".

A ver vamos quem acertará, sem revisões em alta ou em baixa, porque isso cheira a batota!

sábado, 7 de março de 2009

As trapalhadas do Magalhães

Depois de anunciado com pompa e circunstância por José Sócrates como primeiro computador português - quando o mesmo de português pouco mais tem do que a tampa e a embalagem, sendo um derivado de um notebook da Intel -, depois de problemas com o fisco da empresa produtora, eis mais uma encrenca: os jogos didácticos infantis instalados contêm diversos erros de português!
Diz-se agora, à laia de desculpa esfarrapada, que o problema dos erros de português tem origem num emigrante em França que pouco mais tem do que a antiga quarta classe. E pergunta-se:
  • Porquê tanto tempo para descobrir estes erros?
  • Não há responsabilidades do fabricante nem do Ministério da Educação?
  • Ninguém testou o produto antes de o colocar nas mãos dos pequenos estudantes?

quarta-feira, 4 de março de 2009

Campanha Negra

Começa a não haver paciência para a história da "campanha negra". No melhor (ou pior) estilo da propaganda política, o PS vem insistindo na existência de tal campanha, sem indicar culpados, apenas uma vítima: José Sócrates!
Vem agora também Mário Soares insistir na vitimização do primeiro-ministro ao dizer que o mesmo está a ser atacado injustamente à esquerda e à direita. Já não bastava o ministro Santos Silva, o tal que gosta de malhar na direita! Enquanto isto, não se discute a crise, aquilo que mais aflige os portugueses...

domingo, 1 de março de 2009

Ryanair - viajar com moedas no bolso!

A companhia aérea "low-cost" Ryanair vai passar a cobrar 1,12 euros a cada passageiro pela utilização das casas de banho dos aviões, segundo o presidente da companhia irlandesa, Michael O’Leary. Ao que consta, irão ser instalados nas portas dos lavabos um serviço de moedas para que os passageiros paguem uma libra.

Uma libra? Como será para os passageiros que voem a partir de aeroportos fora do Reino Unido? Fora esta dúvida, uma certeza: as "low-cost" estão cada vez mais a prestar piores serviços.

A transportadora, que é líder na Europa, anunciou também na semana passada a abolição de todas as suas lojas de venda de bilhetes nos aeroportos, de modo a canalizar a venda de bilhetes e marcação de reservas exclusivamente para a Internet.

Curiosamente, fui ao "site" da companhia verificar, a título de exemplo, em quanto ficaria um voo de ida-e-volta Porto-Londres: a quantidade de taxas e de limitações deixa-nos a pensar. No final, o valor anunciado mais do que duplica, qulaquer extra é bem pago e o destino final (Stansted) fica muito fora de Londres. Publicidade enganosa! E a bordo tudo serve para vender, como o calendário da imagem...

É certo que quem voa em "low-cost" não espera um tratamento de cinco estrelas, mas começa a ser rídiculo. Para saber mais basta ver o "site" www.ihateryanair.com.uk.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Os inocentes clientes do BPP

Chega quase a ser cómico - e só não o é porque a nossa classe dirigente socialista ainda arranja maneira de sermos todos nós, contribuintes, a pagar a factura - a forma como o advogado dos clientes do BPP vem para a praça pública defender os seus representados: coitadinhos, julgavam que estavam a colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo!
Atirar areia para os olhos e fazer de todos nós parvos parece ser actualmente um divertimento nacional. Logo num banco que só geria fortunas pessoais e se gabava disso. Aqui esteve bem o Ministro das Finanças ao anunciar que o Governo nada iria fazer para suprir investimentos especulativos. Mas, vindo de quem vem, não faz mal desconfiar e estar atento.
E por falar em BPP, onde pára o patrão responsável por toda esta situação? O tal João Rendeiro, que como anunciavam as revistas cor-de-rosa e especializadas tinha "vencido nos mercados", será que continua tranquilamente a gozar da sua fortuna na sua mansão da Quinta da Beloura?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A promiscuidade política-futebol ou vice-versa

Do Correio da Manhã de hoje:
Elisa Ferreira apresentou-se aos eleitores do Porto com as principais bandeiras do País e da cidade. Mário Soares e José Sócrates para o PS ver o passado e o futuro unidos. Para os portuenses e, em particular, para os adeptos portistas, deixou a garantia de que vai abrir as portas dos Paços do Concelho às vitórias do FC Porto. Na sala, Pinto da Costa sorriu e acabou também a cantar o refrão "quem vem e atravessa o rio" da música ‘Porto Sentido’, com Rui Veloso no palco.
Depois dos abraços a Mário Soares e a José Sócrates, Elisa Ferreira lançou o discurso oficial de apresentação da candidatura, reafirmado a sua independência partidária. Depois foi directa ao assunto que mais empolgou a sala. 'Há marcas do Porto que, por vezes, contra tudo e contra todos, se continuam a afirmar nacional e internacionalmente', salientando, entre outras, que o FC Porto é uma delas. 'Sem complexos, sem promiscuidades, sem compadrios, há que dar valor ao que temos de bom e há que comemorar os êxitos. Muitos socialistas bateram palmas ao assunto mais polémico das relações entre a presidência de Rui Rio e o FC Porto.
Elisa Ferreira comprometeu-se ainda a deixar o lugar de deputada no Parlamento Europeu caso ganhasse a Câmara do Porto. Uma vitória que, para José Sócrates, está garantida. 'Elisa tem tudo. Tem qualidade, sabe juntar as melhores pessoas, as forças e bons espíritos do Porto e até tem a pontinha de mau génio que só as mulheres têm e que, quando é preciso dizer não, sabem dizer não', salientou o líder do PS.
O populismo e a promiscuidade política-futebol no seu melhor, com o aval de Mário Soares e José Sócrates, contra tudo e contra todos como se diz no texto...No more comments! Só uma pergunta: quem será o mandatário da campanha? O Guarda Abel? O Bruno Pidá? O chefe da claque dos Dragões Azuis? E o porta-voz? O "Emplastro"? O Paulinho Santos? Aceitam-se apostas, ainda comovido com os acordes do "Porto Sentido"!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O autoritarismo de José Sócrates e dos seus correlegionários

O autoritarismo de José Sócrates e dos seus correlegionários parece não ter limites: a propósito de um cartaz da JSD com a figura do nosso primeiro-ministro com um nariz alongado de Pinóquio, saltaram para a praça pública muitas virgens ofendidas por tão grave afronta ao seu querido lider.
Vamos fazer de conta que a história dos 150 mil empregos não era bem assim, que somos estúpidos e não entendemos a mensagem do PM; afinal, o querido lider propunha-se a "recuperar" 150 mil empregos! Lindo eufemismo. Vamos fazer de conta que o PM não prometeu baixar impostos. Vamos fazer de conta que o diploma de José Sócrates foi honestamente tirado num domingo numa tristemente célebre universidade. Vamos fazer de conta que o aeroporto não era na Ota mas sim em Alcochete. Vamos fazer de conta que o "Magalhães" é 100% português. Vamos fazer de conta...
Gostos aparte, o cartaz do Pinócrates ofendeu os queridos simpatizantes do PS que escolheram José Sócrates para continuar à frente do Partido, numa votação com um resultado digno de qualquer Mugabe.
Mas, um cartaz com o Papa com um preservativo enfiado no nariz é, para estes senhores, um direito de liberdade de expressão ou um direito à indignação!
Vamos lá estar todos caladinhos, nada de perguntas sobre os deslizes quanto aos serviços de informações, sobre o caso Freeport, sobre os rendimentos familiares ou o que quer que seja. Se não cumprirmos, o nosso PM manda-nos o tal ministro que gosta de bater na Direita e estamos tramados.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela

Pelo terceiro ano consecutivo, decorre a iniciativa "Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela", organizada pela associação cultural Amigos da Serra da Estrela (www.asestrela.org), que visa minorar os efeitos dos diversos incêndios dos últimos anos que devastaram milhares de hectares da zona montanhosa mais alta de Portugal Continental.
A iniciativa conta com o apoio de diversas entidades, entre muitas a Força Aérea Portuguesa, o Clube de Actividades Ar Livre (CAAL), a Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais e de muitas escolas integradas no projecto Eco-escolas.
Bonito de se ver inúmeros voluntários, desde crianças da mais pequena idade até menos jovens na casa dos 80, de localidades tão dispersas como Lisboa, Figueira da Foz, Gaia, Lourinhã ou Famalicão, empenhados na conservação da natureza, numa manifestação de verdadeira consciência cívica. Parabéns a todos e, em particular, ao mentor do projecto, José Maria Saraiva.
Quando o Estado não funciona, valem-nos estas iniciativas.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Por qué no te callas, José Miguel Júdice?

Algo de muito característico no panorama dos media nacionais é a presença (julgo que muito bem paga) de comentadores generalistas. Ora esta espécie não se coíbe de ter opinião sobre tudo o que lhes é perguntado: fale-se de futebol, e os nossos comentadores lá darão a sua douta opinião sobre as vantagens do sistema 4-3-3, mesmo que nunca tenham calçado umas chuteiras na vida; fale-se de gastronomia, e as mesmas personagens lá discursarão com absoluta convicção sobre o ponto ideal da fritura da alheira de Mirandela, mesmo que nunca tenham estrelado um ovo. Assim desta forma, como se fôssemos uns tolinhos a quem tudo, mesmo as coisas mais prosaicas, tem que ser explicado cristalinamente numa espécie de fast food da informação moderna.
Ora quando a tudo isto esses comentadores juntam presunção e água benta e se querem passar por exemplos de honestidade intelectual e de grandes defensores da causa pública, aí confesso que a coisa pia mais fino e me irrita.
Vem isto a propósito de uns artigos de opinião de José Miguel Júdice, em Novembro, no Público sobre algumas movimentações de militares a propósito de questões socio-profissionais. Rezava, do alto da sua desconhecida cátedra em assuntos de Defesa e de Relações Internacionais, que a Portugal bastava uma pequena Marinha e uma tropa de élite, sendo dispensáveis o Exército e a Força Aérea! As razões não as sabemos, porque não as explicou, atabalhoado ainda em números de gastos na Defesa relativamente ao PIB que eram manifestamente falsos.
Bom seria que o tal de Júdice falasse apenas daquilo que sabe. Não resisto, por isso, a transcrever uma parte de um texto de um blogue de Santana Maia:
"As crónicas de José Júdice são uma barrigada de rir

Hoje é praticamente impossível uma pessoa ler um artigo de José Júdice, o novo ideólogo de esquerda pós-socialista, sem se deixar rir.

Segundo José Júdice, «a esquerda europeia está a tornar-se o partido natural de Governo». E por que razão isto sucede? (Não sucede, obviamente. Basta ter em conta que o Parlamento Europeu é dominado pelo PPE e que os dois países líderes da Europa, Alemanha e França, são governados pela direita. Mas faça-se de conta que sucede.) Porque os homens de esquerda «já não se consideram socialistas, acreditam na economia de mercado, são conservadores em matéria de costumes, abominam as nacionalizações e não prometem no futuro a sociedade sem classes, cultivam os ricos, apoiam o investimento dos grupos económicos, defendem valores patrióticos, são duros em matéria de segurança, investem nas forças armadas»."
Como? Li bem? Investimentos nas Forças Armadas? Em que ficamos Sr. Júdice? Melhor seria que o nosso comentador generalista, viajante político entre o MDLP, CDS, PSD e PS, mandatário tanto de Maria José Nogueira Pinto como de António Costa, célebre defensor tanto da fusão CDS-PSD como da fusão PSD-PS e inimigo assumido e mal-criado tanto do actual como do anterior bastonários da Ordem dos Advogados, nos explicasse:
  • Como conseguiu abrir um restaurante em Lisboa sem licença, pagando apenas 500 euros de renda mensal e com água de borla do município?
  • Porque queria que o Estado consultasse sempre os três maiores escritórios de advogados?
  • O que fez de positivo na Ordem dos Advogados?
  • Porque foi advogado, contra o Estado Português, de um dos concorrentes ao concurso dos submarinos?
  • E o caso do fornecimento de fardamento à Polónia, onde cobrou honorários pela simples consulta do Código de Justiça Militar quanto à possibilidade de o arguido ter mandatário?
  • Se já pagou à Segurança Social aquilo que, segundo uma funcionária alegadamente despedida sem justa causa do seu escritório, deve?
  • Como foi aquela história do entra-não-entra na Sociedade da Frente Ribeirinha de Lisboa?
Melhor ficaríamos se nos esclarecesse sobre estes assuntos.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Graffiti: arte ou vandalismo?

Percorrer as ruas de Lisboa ou de muitos outros centros urbanos é encontrar paredes atrás de paredes pinchadas de graffiti que a ninguém poderá passar despercebido.
Confesso que, particularmente, desgosto. Não passam de rabiscos de quem, à custa da indiferença ou da impotência policial, aproveita para cometer pequenos delitos sobre a propriedade pública ou privada. Com que direito? Nenhum! E se porventura algum direito existisse para que alguém pudesse expressar os seus dotes artísticos ou manifestar o seu descontentamento social, esse direito conflituaria com o meu direito e o de muitos em termos a nossa cidade livre desta poluição visual.

Por isso, tenho dificuldade em entender o apoio de algumas figuras públicas e instituições a ateliers e outros eventos, entendendo estes que os graffiti, a par do hip-hop, são manifestações de uma determinada cultura suburbana. Levassem eles, sistematicamente, como eu, com o portão da garagem e do prédio pintalgado com os tais rabiscos e provavelmente teriam opinião diferente.

E dificuldade tenho também em perceber a falta de penalização destes actos criminosos. Ao que consta, a reforma penal de 2007 veio ainda reduzir o âmbito de aplicação da prisão preventiva a crimes pouco graves, como estes. Ora, inevitavelmente, o pensamento foge-nos para o que aconteceu em Nova Iorque durante os mandatos de Rudolph Giuliani.

O "mayor" de Nova Iorque resolveu adoptar uma política de "tolerância zero" para com todo o tipo de criminalidade, com base no que ficou conhecida como solução "broken windows" (janelas partidas). Segundo esta, o Direito Penal deve intervir prontamente logo que se cometam pequenos delitos (como partir janelas ou pintar graffiti), de forma a dissuadir os deliquentes de carreiras criminosas.

Ora acontece que os críticos a esta política contestam o facto de que prender estes pequenos criminosos os faz conviver com outros encarcerados de elevada perigosidade e, assim, torná-los mais propensos a novos crimes, havendo portanto um efeito contrário à dissuasão pretendida.
Porém, parece haver por parte do legislador português alguma falta de criatividade quando se trata de punir, uma vez que a única alternativa existente parece ser a prisão. Caso para perguntar: se ao autor dos graffiti fosse imposto como pena o trabalho comunitário de limpeza de paredes, ou outro, não seria uma pena dissuasora? E, já agora, com mais benefícios e com menos custos para o contribuinte?

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

África: um continente perdido?

Falar de África é, muitas vezes, falar de miséria, fome, conflitos, doenças, desastres humanitários e corrupção num continente traçado com fronteiras a esquadro pelas antigas potências coloniais, indiferentes às múltiplas realidades tribais e étnicas que, só por si, já eram indutoras de potenciais conflitos.
A esperança trazida pela independência veio, em muitos casos, revelar-se um fracasso, com os colonizadores a serem substituídos por novos senhores com desmesurada e despudorada vontade em explorar os seus compatriotas.
Pegar nos jornais e pesquisar notícias sobre África é um exercício que nos deixa desolados: o Darfur e a Somália são hoje as maiores catásfrofes humanitárias a nível mundial, o Zimbabwe do ditador Robert Mugabe afunda-se com a complacência do mundo inteiro, e por aí afora.
Mas se estes casos representam o pior da África de hoje, outros exemplos fazem renascer a esperança de que o futuro é possível no continente negro, como o Botswana que, de um estado de pobreza extrema passou a um país em desenvolvimento graças à democracia implantada e a uma distribuição mais equitativa das receitas de exploração da sua principal riqueza (diamantes), com baixos nível de corrupção e de violência.
Esta realidade teve um actor principal: o ex-presidente Festus Mogae, a quem foi atribuído recentemente o prémio "Mo Ibrahim Foundation" de 2008 pelo seu papel na liderança e no desenvolvimento do Botswana.
Do júri do prémio, e para além do magnata das telecomunicações de origem sudanesa Mo Ibrahim, fizeram também parte o ex-secretário das Nações Unidas Kofi Annan, a ex-presidente irlandesa Mary Robinson e os prémios Nobel Mohamed El Baradei e Martti Ahtisaari, o que atesta da importância deste galardão.
Claro que nem tudo são rosas no Botswana: entre outras, como a forte dependência do negócio dos diamantes e das transacções com a África do Sul, o país continua com uma taxa muito elevada de incidência do vírus HIV/SIDA, mas as condições estão criadas para que este flajelo tenha proporções menos drásticas.
Entrevistado acerca da concessão do prémio, Mo Ibrahim referiu a propósito que Mogae ou Joaquim Chissano, presidente de Moçambique, galardoado no ano anterior, devem ser a notícia em África e não a inépcia e a cleptocracia de Mugabe, insistindo que os líderes africanos não podem ficar quietos e simplesmente culpando o colonialismo pelas falhas no continente, devendo arregaçar as mangas para expurgar de vez a corrupção.