domingo, 8 de março de 2009

As sempre certas previsões dos economistas

De acordo com a comunicação social, Portugal poderá estar já a atravessar o ano de pior desempenho económico desde 1975, como já se advinhava em função do ritmo de actividade económica nos últimos meses do ano passado e em consequência da grave crise mundial.
Recentemente, o Banco Central Europeu estimou a recessão da economia da zona euro para um intevalo situado entre 2,2 e 3,2 por cento quando há apenas uns meses previa um intervalo menos pessimista na ordem dos zero e de um por cento negativo.
Numa leitura breve pelos jornais portugueses, verifica-se a abundância de comentários e previsões dos mais diversos economistas nacionais. Se bem que todos apontem para resultados negativos, o que qualquer um de nós também facilmente advinha, as previsões são muito variadas. Não sendo economista, não sei em que critérios objectivos, cenários e modelos matemáticos que baseiam estas criaturas. O que eu sei, é que geralmente acertam. Eufemisticamente, os economistas nunca se enganam: revêem em alta ou em baixa as suas previsões. Pena que tal estratégia não resulte para o Euromilhões.
Pelo sim pelo não, assim como se pergunta sobre as previsões dos jogos de futebol, aqui vão algumas estimativas publicadas no PÚBLICO por alguns dos nossos respeitáveis economistas:

"Cristina Casalinho, economista-chefe do BPI, a última previsão de crescimento publicada pelo seu departamento para 2009 era de um recuo de 1,2 por cento, mas a economista reconhece que já estão a trabalhar com um valor ligeiramente pior que dois por cento".

"Eduardo Catroga diz que uma contracção do nível da actividade económica maior do que o esperado não é de surpreender, seja a nível europeu seja português. "Em Portugal, será certamente uma contracção mais profunda do que a de 1983, e portanto, acima dos dois por cento".

"Fernando Ribeiro Mendes, ex-secretário de Estado da Segurança Social, salienta que, "a confirmar-se esta contracção na zona euro, seremos muito atingidos".

"João César das Neves diz que "uma contracção próximo dos três por cento é possível, sem dúvida", mas salienta, com prudência, que "ainda ninguém pode dizer com certeza porque "a situação é muito nebulosa".

"João Ferreira do Amaral, o mais optimista, o economista do ISEG acredita num "decréscimo de um por cento ou pouco mais" e sustenta esta previsão na possibilidade de haver "um aumento do consumo (sobretudo de grupos como os reformados e empregados), que compense a queda do comércio externo".

"Outro professor do ISEG, Miguel St. Aubyn, diz que "se estas previsões se verificarem para a zona do euro, não vejo grande razão para Portugal, pequena economia aberta e exportadora para essa zona, vir a ter um desempenho melhor".

"Na mesma linha, António Nogueira Leite, secretário de Estado do Tesouro no Governo de António Guterres, "diz que, neste momento, é razoável assumir que a economia portuguesa tenha uma performance no intervalo da zona euro".

"Miguel Beleza, ex-governador do Banco de Portugal, também considera "provável que Portugal acompanhe a zona euro e fique próximo da média europeia".

"Mira Amaral, antigo ministro da Indústria de Cavaco Silva, diz que, "se ficarmos em linha com o desempenho da economia europeia, já não é mau".

"Bagão Félix, apesar de surpreendido pela previsões "tão negativas" do BCE, diz que "Portugal vai claramente ficar na metade mais negativa do intervalo, ou seja, entre -2,7 e -3,2 por cento".

A ver vamos quem acertará, sem revisões em alta ou em baixa, porque isso cheira a batota!

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