quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Memórias do Vinil I

Pegar nos velhos discos de vinil arrumados numa prateleira dá esta nostalgia. Quantos foram levados debaixo do braço para o liceu, quantas tardes passadas a levantar e pousar a agulha do gira-discos e quantos ficaram esquecidos em muitas festas. Sobraram alguns, mesmo assim, que dá para relembrar através destes registos do You Tube.
Aqui ficam alguns dos meus temas favoritos, embora sem nenhuma sequência em especial, cabendo aos "The Cure" a honra de abrir a festa com um espectacular, mas esquecido "Pictures of You", em versão "extended play" num concerto ao vivo.


segunda-feira, 24 de novembro de 2008

O Zé faz mesmo falta?

Certamente que os lisboetas ainda se recordam dos cartazes do principal candidato do Bloco de Esquerda às últimas eleições autárquicas da cidade, José Sá Fernandes.

"O Zé faz falta" era o leitmotiv dos intelectuais da esquerda-caviar que, por entre os seus habituais sorrisos irónicos de pretensa superioridade mental, nos queriam fazer crer ter aparecido uma personagem que iria revolucionar a cidade, embargando obra atrás de obra, e repor a justiça perdida, tal qual um verdadeiro Robin dos Bosques dos tempos modernos.

Votos contados, e o tal Zé lá conquistou o seu lugarzinho na edilidade. Num ápice, porém, o Zé desapareceu de cena: "Onde pára o Zé?" passava a ser a interrogação para muitos já que nada se ouvia, via ou lia sobre o mesmo.

Eis que, quase secretamente, o Zé começa uma fase de namoro com os socialistas. E de repente, o casamento é anunciado e assumido de tal forma que agora o Zé aparece em público para defender algo que seria impensável há uns meses: os interesses comerciais do Porto de Lisboa.

Traído, aparece agora o bloquista-mor Francisco Louçã, no seu jeito seminarista, a requerer o divórcio.

Moral da história: o Zé faz falta! Só que ao PS, pois vale por dois, um a mais para o socialistas e um a menos para o Bloco de Esquerda.

sábado, 22 de novembro de 2008

A boa e a má imprensa

Não se torna necessária uma análise exaustiva dos órgãos de comunicação social para se verificar a existência de uma "boa" e de uma "má" imprensa em relação a determinados protagonistas ou instituições.

No que toca à imprensa desportiva, esta constatação é, por demais, evidente. A crónica bem-humorada de hoje em "A Bola" do gato-fedorento Zé Diogo Quintela, na sequência do desaire da selecção portuguesa em Brasília, ilustra bem esta situação. Algumas citações: "Apesar das críticas, se os jornais tivessem escrito sobre esta derrota o que escreveram sobre os 5-3 do Sporting em Madrid, a vida do prof. estaria pior" e "Mas Queiróz ainda tem uma boa imprensa. Por pouco não lhe deram os parabéns por ter marcado dois golos em casa do Brasil". Não poderia estar mais de acordo.

Um outro exemplo que salta à vista é a constante glorificação do treinador do Benfica, o espanhol Quique Flores. O homem ainda não ganhou nada, não está em primeiro do campeonato, viu-se aflito para eliminar o Penafiel na Taça de Portugal e corre o risco de ser eliminado na Taça UEFA. Para a imprensa, um herói com um discurso moderno e que veio revolucionar mentalidades no nosso futebol!

Já Paulo Bento, vencedor da Supertaça e conseguindo atingir os oitavos-de-final na Liga dos Campeões, não passa de um marrento e complicado treinador.

Mais engraçado ainda quando se fala em "tácticas". Ambos, Sporting e Benfica, jogam em "losango". Para os primeiros, um sistema que não serve, para os segundos, uma nova filosofia no futebol.

Haja paciência e profissionalismo!

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

O incompetente treinador-filósofo do futebol

6-2 foi o resultado humilhante do Brasil - Portugal de ontem. Não vi o jogo, logo não comento.
Contudo, resta-me registar que o treinador-filósofo Carlos Queiróz conseguiu, até agora, empatar com a Albânia, perder com a Dinamarca, e perder por seis como há mais de 50 anos não acontecia! Além de colocar Portugal abaixo do 10º lugar no ranking mundial da FIFA. Vitórias, só contra os potentados Ilhas Faroé e Malta! A qualificação para o Mundial da África do Sul parece uma miragem.
Dele já tive a minha conta no meu Sporting e na selecção. Um pesadelo! Só a "boa imprensa" evita que seja despedido sumariamente.
Filósofos do futebol, os jogadores não entendem. Estas vedetas que não sabem comer de faca e garfo, que se pavoneiam em Ferraris e a única decisão que têm que tomar na vida é se compram o novo relógio com ou sem brilhantes, só podem ter um sargentão como técnico, um Scolari.
Depois, a mesma conversa de sempre: "assumo as responsabilidades"; e isto significa o quê? Que vai deixar de receber o seu principesco salário? Que se demite? Tenha vergonha senhor treinador incompetente e faça o favor de desaparecer das nossas vistas.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A falta de vergonha da classe política

Com a devida vénia ao jornalista João Miguel Tavares, do "Diário de Notícias", a parte final de um texto publicado hoje que resume bem a situação actual de descaramento das nossas figuras públicas:
Se José Sócrates encontrasse um dos seus ministros a tentar arrombar um cofre com um berbequim diria aos jornais que ele estava só a apertar um parafuso. Afinal, também no caso da sua licenciatura o primeiro-ministro não viu nada de eticamente duvidoso nem de moralmente reprovável. Ora, o que me faz impressão não é que esta gente que manda em nós atraia a trafulhice como o pólen atrai as abelhas - isso faz parte da natureza humana e é potenciado por quem frequenta os corredores do poder. O que me faz impressão é o desplante com que se é apanhado com a boca na botija e se finge que se andava só à procura das hermesetas. É a escola Fátima Felgueiras, que mesmo condenada a três anos e meio de prisão dava pulinhos de alegria como se tivesse sido absolvida. Nesta triste terra, parece não haver limites para a falta de vergonha.

PS: Também hoje, o insuspeito "Finantial Times" publica um ranking dos diversos ministros das Finanças da zona euro, baseado nas respectivas perfomances. Último lugar, o nosso Teixeira dos Santos. Não tarda o nosso primeiro-ministro vir a público dizer que os rankings deste jornal são para ser lidos ao contrário.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Os amigos de Sócrates

Li há pouco que José Sócrates tinha sido o convidado de honra para a inauguração de um ginásio de um tal fisioterapeuta de Lisboa, conhecido nos meios futebolísticos.

Terá o engº José Sócrates comparecido na sua qualidade de primeiro-ministro ou de amigo do tal fisioterapeuta que, a crer nas mesma notícias, o terá ajudado na cura de uma lesão provocada por uma queda enquanto fazia esqui na Suiça? Assim da mesma forma que foi assistido no Hospital da Força Aérea sem ter sido submetido às demoradas marcações de consultas. Favorzinhos à boa maneira portuguesa mas à conta do erário público...
Mas os amigos são para as ocasiões e a amizade não tem fronteiras: na véspera da inauguração deste novo templo do bem-estar, uma estação de televisão apresentou, em horário nobre, uma reportagem sobre o tal ginásio e as virtudes das "mãozinhas de ouro" (sic) do fisioterapeuta proprietário. Publicidade de milhões a custo zero!
Bom, só nos resta a esperança que o nosso primeiro-ministro esteja presente na inauguração de mais uma loja do nosso franchising dos "Coiratos e Morangueiros"... Melhor vendo: bom que o engº José Sócrates se mantenha por longe, não vão alguns clientes desatar a verter sobre a cabeça de tão ilustre figura algumas porções bondosas da fritura dos coiratos.

O lírico assessor de imprensa do Benfica

Na senda de algumas declarações a que já nos habituou ultimamente, o assessor de imprensa do Benfica, João Gabriel, veio a público dizer, a propósito da detenção de elementos da claque "No Name Boys", que o Benfica não reconhecia este grupo.

Estranho então como a claque guardava materiais num armazém do Estádio da Luz e como tinha bilhetes mais baratos.

Rídiculo ainda ter dito que o Benfica não tinha sido avisado antecipadamente da rusga do DIAP ao Estádio. Medo de quê então se o Benfica nada tinha a temer? O DIAP agora vai ter que informar com tempo sobre as suas rusgas?
A somar a este episódio, um outro, porventura mais grave: certamente por aconselhamento deste senhor (que, note-se, foi assessor do ex-presidente da República Jorge Sampaio) a agência LUSA foi proibida de entrar no Estádio da Luz e do centro de treinos do clube por, alegadamente, ter publicado uma notícia que visava interesses contrários aos dirigentes do Benfica.

Poeira para os olhos! E bela lição de democracia Sr. João Gabriel!
PS: Para quem não se lembra, os "No Name Boys" foram os autores materiais da morte de um adepto do Sporting na final da Taça de Portugal de 1986.

domingo, 16 de novembro de 2008

A cara travessia do Sado

Ao ter que me deslocar a Tróia, conheci ontem o novo serviço de travessia do Sado. Confesso que não me recordo dos preços praticados anteriormente, mas pagar 9,50€ pela passagem de uma viatura com condutor acrescidos de 2,00€ por cada passageiro, é muito caro. Contas feitas, uma viagem de ida-e-volta Setúbal-Tróia-Setúbal no novo ferry-boat da Atlantic Ferries, para uma família de quatro pessoas, fica na módica quantia de 31,00€!!! Isto apenas para os locais, pois quem tenha que se deslocar de Lisboa ou de outros pontos é um não findar de despesas de combustível e portagens.

Com estes preços seria de esperar, como é óbvio, um serviço melhor. Pura desilusão: no cais de embarque, em Setúbal, um enxame de vendedores e pedintes e umas casas de banho imundas de fazer corar qualquer cidadão.

O percurso em Tróia termina agora mais a Sul, pelo que até em tempo os passageiros ficaram a perder. Certamente, a SONAE de Belmiro de Azevedo pretende despachar estes viajantes, que não se deslocam propositadamente para o resort, para bem longe. Não me resta outra leitura. Mas, pelo contrário, um novo serviço, este de catamarans e com uma duração de dez minutos, entrará em breve em funcionamento para transporte apenas de passageiros... com destino aos hotéis e casinos de Belmiro.

Um mau serviço para o turismo e para o consumidor.
PS: A Atlantic Ferries também pertence ao grupo SONAE.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O mundo rasca do futebol

A APAF (Associação Portuguesa de Árbitros de Futebol) vai apresentar queixa contra Paulo Bento por considerar que as palavras do técnico sportinguista "atingiram a infâmia e a má educação", quando este se referiu à (má) prestação de Bruno Paixão no recente Sporting - FC Porto, a contar para a Taça de Portugal.

Independentemente dos resultados e das querelas futebolísticas, é de notar a parcialidade desta associação e dos seus dirigentes quando, nas mesmas circunstâncias, o técnico do FC Porto, Jesualdo Ferreira, mimoseou o mesmo árbitro com os elogios de "incompetente" e de "falta de coragem"! Seria antes um louvor?

Dois pesos e duas medidas e a continuidade da subserviência às hostes de Pinto da Costa? É assim o mundo do futebol; ainda bem que não faço parte desta mixordice.


  • PS: Uns dias após o jogo mencionado, foi tornado público o relatório do observador da Liga o qual só admitia um lapso do árbitro e atribuindo ao mesmo uma clasificação de Bom. Na mesma altura, o presidente da APAF veio também em defesa de Bruno Paixão. Moral da história: só estes dois senhores estão com o passo certo e todos aqueles que assistiram ao jogo não passam de uns desconhecedores! Só me resta somar a opinião dos dois técnicos e chamar a estas personagens de incompetentes e rídiculas e considerar a situação de meter nojo!

domingo, 9 de novembro de 2008

O Início

Coiratos e Morangueiro fazem parte do imaginário português, rivalizando nas preferências com os tradicionais caracóis ou com os pipis. À escondida da ASAE e de outros guardiões da assepticidade imposta por Bruxelas, sobrevivem ainda em improvisadas tascas ou roulottes, em particular em dia de bola e festividades populares. Lá vão assim resistindo à proliferação do nocivo e americanizado fast food, como as tascas aos impessoais estabelecimentos de restauração modernos.

Da mesma forma que os coiratos e o morangueiro acabam por ser símbolos de resistência às novas imposições gastronómicas, também este blogue pretende ser um pequeno contributo de confrontação à propaganda exercida pelos diversos poderes instalados.