Berlim, a cidade dividida até 1989, apresenta-se hoje com um pulsar muito vivo e já quase refeita das inúmeras obras de reconstrução. Para quem vai, como eu fui, pela primeira vez à nova capital da República Federal Alemã (contrariamente ao que muitos pensam, a designação mantém-se), ressalta logo o facto do centro histórico da cidade se situar na área anteriormente pertencente a Berlim-Leste, o que faz imaginar que a antiga parte ocidental teria poucos motivos de interesse.
Berlim, certamente, não tem a primazia em muitos capítulos relativamente a outras cidades europeias como Paris, Londres ou Viena, mas tem um pouco de tudo e impressiona pelo seu ritmo, pela sua história, oferta cultural e pela arquitectura, antiga e recente. Neste último caso, algumas das novas embaixadas, o Parlamento ou o Museu Judaico, entre outras, são obras de referência dos maiores nomes do panorama mundial.
Impressiona também a memória que os alemães retêm da sua história, quer nas referências ao Muro quer a que se pode ver no Museu de História e noutros locais, sem traumas e recordando vencedores e vencidos.
Algo que surpreende ainda, talvez por ser uma cidade cosmopolita e com uma história muito própria, é o facto dos berlinenses serem mais prestáveis e simpáticos que os restantes alemães, talvez se excluirmos os bávaros.
Um charme os autocarros de dois andares (que pena terem desaparecidos de Lisboa), os espaços verdes, as iluminações e feiras de Natal e os muitos cafés.
E foi numa paragem num deste célebres cafés, para recuperar um pouco do frio e ganhar forças para a continuação da caminhada, que reparei que na Alemanha, como acontece também noutros países do centro da Europa, os açucareiros são descobertos e circulam de mesa em mesa sem sabermos quantas colheres mergulharam nos mesmos!
Lembrei-me logo dos galheteiros em Portugal de antigamente que, por força das normas sanitárias europeias, foram substituídos por embalagens invioláveis e se tornaram alvo da omnipresente ASAE. E então estes açucareiros? Não são bem piores em termos de higiene? Não há por lá uma ASAE? As regras variam consoante os países? Ficam as dúvidas.
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