domingo, 28 de junho de 2009

Rui Costa perde créditos ganhos enquanto futebolista

Lamentáveis os incidentes do jogo de ontem entre Sporting e Benfica, na Academia de Alcochete, que decidiria o título de campeão nacional de juniores.
Sobre isso, muito se falou e certamente se irá falar. O que desejo registar é que o antigo talentoso jogador de futebol Rui Costa perdeu mais uma oportunidade para estar calado ou ser sensato quando, a propósito dos mesmos incidentes, resolveu entregar as culpas exclusivamente para o lado do Sporting.
Disse o ex-craque e falhado dirigente desportivo do Benfica (vidé as múltiplas e infrutíferas contratações avalizadas pelo mesmo) que o Sporting não garantiu as condições de segurança necessárias para a realização do jogo.
Vamos a factos sem ilibar comportamentos irracionais de alguns energúmenos de ambas as equipas, os quais deverão ser exemplarmente punidos: o jogo foi marcado e autorizado pela FPF para Alcochete, a GNR garantiu ter meios suficientes para policiamento e, acima de tudo, o Sporting informou publicamente que a lotação estava esgotada e pediu para que os adeptos sem bilhete não se dirigissem para o local de jogo.
Certo que o Benfica alertou para as condições de realização da partida. Mas, perante isto, e para Rui Costa, branquear o comportamento de adeptos que entraram cerca de 20 minutos depois a destruir carros e arremessar objectos, é grave! Ficamos a saber por esta eminência parda que qualquer falha organizativa dá um direito legítimo à violência.
Ver no Público

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sarkozy e a burkha

O presidente francês, Sarkozy, defendeu hoje que o uso da burkha por muçulmanas em território francês não era bem-vindo. No fundo, parece estar à vista um reedição do caso do uso do véu islâmico nas escolas gaulesas que tanta tinta fez correr há alguns anos.
Confesso que não sou um admirador de Sarkozy, nem quanto ao estilo nem quanto aos seus ideais políticos. Mas, em casos como este, há que ter coragem de dizer não e não ser politicamente correcto: aos poucos, a comunidade islâmica tem tentado impor a sua cultura mais radical invocando o direito à liberdade religiosa e abusando da tradicional tolerância europeia.
Há pois que dizer não e basta! No caso da burkha estamos perante um atentado à dignidade da mulher. Pouco me importa que alguém venha dizer que é um direito delas e que a usam de livre vontade - o que é falso - quando, de facto, não passa de uma imposição medieval, sendo castigado, se for preciso, o seu incumprimento, com enormes vergastadas pelos maridos e outros guardiões de fé islâmica.
E quanto a tolerância, estamos falados: basta o caro leitor experimentar uma pinga de álcool num desses países mais radicais para conhecer de facto o respeito que eles têm pela nossa cultura ou hábitos.
Não pode haver tolerância para quem não a tem!
Ver no Público

quinta-feira, 18 de junho de 2009

José Eduardo Moniz - Uma não-notícia

O Sport Lisboa e Benfica encontra-se em fase de anúncio de candidaturas à sua presidência. Até aqui, tudo normal. Como normal, hoje em dia, é aparecerem candidatos que se aproveitam da grandeza de instituições para buscarem alguns momentos de fama.
O que não parece tão normal é uma estação de televisão lançar como notícia que o seu número um é um potencial candidato a presidente do Benfica para, no dia seguinte, anunciar que o mesmo, afinal, já não o é. Ou seja, aproveitando-se do mediatismo que uma estação de televisão tem, José Eduardo Moniz usou e abusou do seu poder com publicidade gratuita e apenas em benefício próprio.
Desta forma, uma não-notícia (Moniz não é candidato) transformou-se em notícia fabricada, num péssimo exemplo de jornalismo da TVI, repetido, ad nausea, em mensagens de rodapé dos diversos blocos noticiosos da estação.
Já não nos bastava a esposa, Manuela Moura Guedes, com o seu péssimo exemplo de jornalismo, a comentar, com o seu ar plastificado, as declarações dos convidados do seu bloco noticioso para prestar mais um deplorável serviço.
Ver no Público

sábado, 13 de junho de 2009

Novo acordo para a Base das Lajes

O governo português anunciou um acordo de princípio com o governo norte-americano para utilização da Base das Lajes por caças de nova geração F-22 e F-35. Não tardarão a surgir as mais variadas vozes discordantes: a esquerda mais radical a insurgir-se contra mais uma cedência ao imperialismo norte-americano e a esquerda mais moderada a clamar pela soberania nacional.
Vamos ao que importa: Portugal tem que se assumir claramente como um aliado estratégico dos Estados Unidos, em sintonia com os outros países da União Europeia. Se estamos juntos na NATO, não faz sentido não cooperar. Obviamente que com princípios e contrapartidas.
Contrariamente ao que muitos pensam ou querem fazer pensar, não está em causa a soberania nacional: a Base continua e sempre foi portuguesa (os americanos mantêm aí um destacamento) e o espaço aéreo pretendido para área de treino destes caças apenas é cedido para utilização.
No mais, é preciso referir que, desde os finais da Guerra Fria, os americanos têm reduzido os seus efectivos nas Lajes. Consequentemente, o número de trabalhadores portugueses tem também sofrido reduções e a economia local sofrido desta diminuição de efectivos.
Será talvez agora uma nova oportunidade para o governo português negociar bem novas contrapartidas, na sua maioria em benefício da Região Autónoma.
Por fim, só resta perguntar aos tais críticos se países nossos parceiros como a Espanha, Alemanha ou Reino Unido alguma vez questionaram a sua soberania por terem instalações militares americanas no seu solo. Dá até vontade de perguntar se preferiam estar na Venezuela e ter Chávez a negociar a instalação de bases russas no seu território.
Ver no Público

O dinheiro de Florentino

Muito se tem falado da transferência do craque Cristiano Ronaldo para o Real Madrid. E com isto, das verbas envolvidas, ao que consta cerca de 94 milhões de euros.
É intrigante como um clube como o Real Madrid, com mais de 500 milhões de euros de dívidas, gaste de uma penada mais de 1/4 dessa dívida em contratações de última hora, de forma a constituir uma nova equipa de galácticos.
Como é sabido, não é a primeira aventura de Florentino Pérez por estes terrenos. Saiu-se bem da primeira vez mas, no segundo ano, com uma equipa de galácticos onde pontuava também o nosso Figo, acabou num 4º lugar da Liga Espanhola, treinado por esse incompetente-mor do futebol de nome Carlos Queiróz. Sim, esse mesmo dos objectivos conseguidos frente a Albânia e Estónia.
Florentino apressou-se a vir a terreiro dizer que o dinheiro das contratações não era dele mas sim do Real e que se tratava de um investimento de retorno garantido.
Quanto a retorno, as receitas do Real (que não chegam para as despesas) são sensivelmente de 1/3 para as receitas de bilheteira, 1/3 para receitas televisivas e 1/3 para merchandising. Bom de ver que quanto a receitas de bilheteira pouco mais será de esperar atendendo a que o clube já regista audiências significativas e, com a crise, falta dinheiro aos adeptos para pagar ingressos mais caros. Receitas TV, o mesmo face à crise publicitária. Resta o merchandising mas parece difícil atingir, só por aí, o tal retorno.
O que acontece é que o Real Madrid é o maior clube espanhol, com muitos apoiantes e Florentino um mega-empresário da construção e imobiliário. A par disso, muitas figuras e instituições espanholas estão conotadas com o Real. Por isso, poucos se atrevem a dizer não a Florentino e ao Real. É peso a mais a nível social, político e económico. Caso contrário, ninguém emprestaria.
Sabe o Santander, ao que parece o grande financiador destas operações, que pelo lado do Real dificilmente verá a cor do dinheiro, mas pior do que isso seria perder negócios, muitos negócios, com Florentino e outros empresários e instituições. O buraco de mais de 500 milhões de euros do Real é para continuar e isso não importa, ninguém irá cobrar por esse lado. O único outro clube de Espanha que poderá gozar de estatuto semelhante é o Barcelona, mas em escala mais pequena.
A par disto, uma conjectura favorável: enquanto em Inglaterra se prepara legislação para que os jogadores passem a pagar 50% de impostos, Espanha mantém 25%, mais uma situação favorável e desleal no quadro da União Europeia.
Ver no Público.

A novela Banco Privado Português

Continua a novela Banco Privado Português. Desta vez com um plano de salvação do ex-administrador João Rendeiro que não colhe a aprovação de ninguém.
Confesso que já cansa: por um lado, depositantes que fazem de conta que investimentos de "retorno absoluto" são a mesmissima coisa que depósitos a prazo ou certificados de aforro; ou seja, era só meter ao bolso. Por outro, accionistas da Privado Holding que fazem de conta que ser accionista é só para receber dividendos.
Todos eles a querem que seja o Estado, nós contribuintes, a suportar os seus azares ou ganância desmedida e sem responsabilidades. Bem, o Governo a dizer que não.
Mal estaria um Governo que suportasse tamanha irresponsabilidade de gestão. Seria dar um mau exemplo e azo a que outros bancos seguissem o mesmo caminho irresponsável de prometer mundos e fundos, litaralmente, sabendo-se que no final, caso corresse mal, a conta seria apresentada ao contribuinte.
Assim, também sei gerir um Banco. E prometo que me contentaria com 10% dos prémios de gestão recebidos pelo Sr. Rendeiro.
Quanto aos depositantes e accionistas, não tenho pena deles; basta recordar que o Banco não aceitava clientes com carteiras pouco recheadas. Se algum estiver mal tem bom remédio: toca de ocupar a casa da Quinta Patiño do Sr. Rendeiro.
Ver notícia no Público