quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Os inocentes clientes do BPP

Chega quase a ser cómico - e só não o é porque a nossa classe dirigente socialista ainda arranja maneira de sermos todos nós, contribuintes, a pagar a factura - a forma como o advogado dos clientes do BPP vem para a praça pública defender os seus representados: coitadinhos, julgavam que estavam a colocar o seu dinheiro em depósitos a prazo!
Atirar areia para os olhos e fazer de todos nós parvos parece ser actualmente um divertimento nacional. Logo num banco que só geria fortunas pessoais e se gabava disso. Aqui esteve bem o Ministro das Finanças ao anunciar que o Governo nada iria fazer para suprir investimentos especulativos. Mas, vindo de quem vem, não faz mal desconfiar e estar atento.
E por falar em BPP, onde pára o patrão responsável por toda esta situação? O tal João Rendeiro, que como anunciavam as revistas cor-de-rosa e especializadas tinha "vencido nos mercados", será que continua tranquilamente a gozar da sua fortuna na sua mansão da Quinta da Beloura?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

A promiscuidade política-futebol ou vice-versa

Do Correio da Manhã de hoje:
Elisa Ferreira apresentou-se aos eleitores do Porto com as principais bandeiras do País e da cidade. Mário Soares e José Sócrates para o PS ver o passado e o futuro unidos. Para os portuenses e, em particular, para os adeptos portistas, deixou a garantia de que vai abrir as portas dos Paços do Concelho às vitórias do FC Porto. Na sala, Pinto da Costa sorriu e acabou também a cantar o refrão "quem vem e atravessa o rio" da música ‘Porto Sentido’, com Rui Veloso no palco.
Depois dos abraços a Mário Soares e a José Sócrates, Elisa Ferreira lançou o discurso oficial de apresentação da candidatura, reafirmado a sua independência partidária. Depois foi directa ao assunto que mais empolgou a sala. 'Há marcas do Porto que, por vezes, contra tudo e contra todos, se continuam a afirmar nacional e internacionalmente', salientando, entre outras, que o FC Porto é uma delas. 'Sem complexos, sem promiscuidades, sem compadrios, há que dar valor ao que temos de bom e há que comemorar os êxitos. Muitos socialistas bateram palmas ao assunto mais polémico das relações entre a presidência de Rui Rio e o FC Porto.
Elisa Ferreira comprometeu-se ainda a deixar o lugar de deputada no Parlamento Europeu caso ganhasse a Câmara do Porto. Uma vitória que, para José Sócrates, está garantida. 'Elisa tem tudo. Tem qualidade, sabe juntar as melhores pessoas, as forças e bons espíritos do Porto e até tem a pontinha de mau génio que só as mulheres têm e que, quando é preciso dizer não, sabem dizer não', salientou o líder do PS.
O populismo e a promiscuidade política-futebol no seu melhor, com o aval de Mário Soares e José Sócrates, contra tudo e contra todos como se diz no texto...No more comments! Só uma pergunta: quem será o mandatário da campanha? O Guarda Abel? O Bruno Pidá? O chefe da claque dos Dragões Azuis? E o porta-voz? O "Emplastro"? O Paulinho Santos? Aceitam-se apostas, ainda comovido com os acordes do "Porto Sentido"!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

O autoritarismo de José Sócrates e dos seus correlegionários

O autoritarismo de José Sócrates e dos seus correlegionários parece não ter limites: a propósito de um cartaz da JSD com a figura do nosso primeiro-ministro com um nariz alongado de Pinóquio, saltaram para a praça pública muitas virgens ofendidas por tão grave afronta ao seu querido lider.
Vamos fazer de conta que a história dos 150 mil empregos não era bem assim, que somos estúpidos e não entendemos a mensagem do PM; afinal, o querido lider propunha-se a "recuperar" 150 mil empregos! Lindo eufemismo. Vamos fazer de conta que o PM não prometeu baixar impostos. Vamos fazer de conta que o diploma de José Sócrates foi honestamente tirado num domingo numa tristemente célebre universidade. Vamos fazer de conta que o aeroporto não era na Ota mas sim em Alcochete. Vamos fazer de conta que o "Magalhães" é 100% português. Vamos fazer de conta...
Gostos aparte, o cartaz do Pinócrates ofendeu os queridos simpatizantes do PS que escolheram José Sócrates para continuar à frente do Partido, numa votação com um resultado digno de qualquer Mugabe.
Mas, um cartaz com o Papa com um preservativo enfiado no nariz é, para estes senhores, um direito de liberdade de expressão ou um direito à indignação!
Vamos lá estar todos caladinhos, nada de perguntas sobre os deslizes quanto aos serviços de informações, sobre o caso Freeport, sobre os rendimentos familiares ou o que quer que seja. Se não cumprirmos, o nosso PM manda-nos o tal ministro que gosta de bater na Direita e estamos tramados.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela

Pelo terceiro ano consecutivo, decorre a iniciativa "Um Milhão de Carvalhos para a Serra da Estrela", organizada pela associação cultural Amigos da Serra da Estrela (www.asestrela.org), que visa minorar os efeitos dos diversos incêndios dos últimos anos que devastaram milhares de hectares da zona montanhosa mais alta de Portugal Continental.
A iniciativa conta com o apoio de diversas entidades, entre muitas a Força Aérea Portuguesa, o Clube de Actividades Ar Livre (CAAL), a Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais e de muitas escolas integradas no projecto Eco-escolas.
Bonito de se ver inúmeros voluntários, desde crianças da mais pequena idade até menos jovens na casa dos 80, de localidades tão dispersas como Lisboa, Figueira da Foz, Gaia, Lourinhã ou Famalicão, empenhados na conservação da natureza, numa manifestação de verdadeira consciência cívica. Parabéns a todos e, em particular, ao mentor do projecto, José Maria Saraiva.
Quando o Estado não funciona, valem-nos estas iniciativas.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Por qué no te callas, José Miguel Júdice?

Algo de muito característico no panorama dos media nacionais é a presença (julgo que muito bem paga) de comentadores generalistas. Ora esta espécie não se coíbe de ter opinião sobre tudo o que lhes é perguntado: fale-se de futebol, e os nossos comentadores lá darão a sua douta opinião sobre as vantagens do sistema 4-3-3, mesmo que nunca tenham calçado umas chuteiras na vida; fale-se de gastronomia, e as mesmas personagens lá discursarão com absoluta convicção sobre o ponto ideal da fritura da alheira de Mirandela, mesmo que nunca tenham estrelado um ovo. Assim desta forma, como se fôssemos uns tolinhos a quem tudo, mesmo as coisas mais prosaicas, tem que ser explicado cristalinamente numa espécie de fast food da informação moderna.
Ora quando a tudo isto esses comentadores juntam presunção e água benta e se querem passar por exemplos de honestidade intelectual e de grandes defensores da causa pública, aí confesso que a coisa pia mais fino e me irrita.
Vem isto a propósito de uns artigos de opinião de José Miguel Júdice, em Novembro, no Público sobre algumas movimentações de militares a propósito de questões socio-profissionais. Rezava, do alto da sua desconhecida cátedra em assuntos de Defesa e de Relações Internacionais, que a Portugal bastava uma pequena Marinha e uma tropa de élite, sendo dispensáveis o Exército e a Força Aérea! As razões não as sabemos, porque não as explicou, atabalhoado ainda em números de gastos na Defesa relativamente ao PIB que eram manifestamente falsos.
Bom seria que o tal de Júdice falasse apenas daquilo que sabe. Não resisto, por isso, a transcrever uma parte de um texto de um blogue de Santana Maia:
"As crónicas de José Júdice são uma barrigada de rir

Hoje é praticamente impossível uma pessoa ler um artigo de José Júdice, o novo ideólogo de esquerda pós-socialista, sem se deixar rir.

Segundo José Júdice, «a esquerda europeia está a tornar-se o partido natural de Governo». E por que razão isto sucede? (Não sucede, obviamente. Basta ter em conta que o Parlamento Europeu é dominado pelo PPE e que os dois países líderes da Europa, Alemanha e França, são governados pela direita. Mas faça-se de conta que sucede.) Porque os homens de esquerda «já não se consideram socialistas, acreditam na economia de mercado, são conservadores em matéria de costumes, abominam as nacionalizações e não prometem no futuro a sociedade sem classes, cultivam os ricos, apoiam o investimento dos grupos económicos, defendem valores patrióticos, são duros em matéria de segurança, investem nas forças armadas»."
Como? Li bem? Investimentos nas Forças Armadas? Em que ficamos Sr. Júdice? Melhor seria que o nosso comentador generalista, viajante político entre o MDLP, CDS, PSD e PS, mandatário tanto de Maria José Nogueira Pinto como de António Costa, célebre defensor tanto da fusão CDS-PSD como da fusão PSD-PS e inimigo assumido e mal-criado tanto do actual como do anterior bastonários da Ordem dos Advogados, nos explicasse:
  • Como conseguiu abrir um restaurante em Lisboa sem licença, pagando apenas 500 euros de renda mensal e com água de borla do município?
  • Porque queria que o Estado consultasse sempre os três maiores escritórios de advogados?
  • O que fez de positivo na Ordem dos Advogados?
  • Porque foi advogado, contra o Estado Português, de um dos concorrentes ao concurso dos submarinos?
  • E o caso do fornecimento de fardamento à Polónia, onde cobrou honorários pela simples consulta do Código de Justiça Militar quanto à possibilidade de o arguido ter mandatário?
  • Se já pagou à Segurança Social aquilo que, segundo uma funcionária alegadamente despedida sem justa causa do seu escritório, deve?
  • Como foi aquela história do entra-não-entra na Sociedade da Frente Ribeirinha de Lisboa?
Melhor ficaríamos se nos esclarecesse sobre estes assuntos.